Produtor dobra lucro e vira referência em leite a pasto







Fernanda Toigo
Foto: Cleuza Noal Brutti
Com Emater/Santa Maria/RS/Cleuza Noal Brutti


A família do agricultor Renato de Lima Machado, de Júlio de Castilhos, comemora um salto histórico na renda da propriedade. Em apenas um ano, a lucratividade da atividade leiteira cresceu 117%, resultado direto da adoção de técnicas modernas de manejo de pastagens e alimentação do rebanho.

Os números foram apresentados na última quinta-feira (25/09), durante o Dia de Campo Pecuária Leiteira Lucrativa, realizado na propriedade localizada no Assentamento Santa Júlia, com a participação de mais de 70 pessoas, entre produtores e estudantes. O evento foi promovido pela Emater/RS-Ascar, dentro do projeto Rede Elite a Pasto.

Tecnologia que gera resultado
Na propriedade de 19 hectares, dos quais 15 são destinados à pecuária leiteira, a virada de chave veio com a aplicação de conhecimentos científicos em sistemas de produção a pasto.

Segundo o engenheiro agrônomo Leandro Ebert, da Emater/RS-Ascar, o aumento de produtividade e a redução de custos foram obtidos com a introdução de novas forrageiras, como o trigo para pastejo BRS Tarumaxi e a cevada BRS Korbel consorciada com trevo em Tifton 85. Essas áreas foram apresentadas durante o dia de campo.



Outro ponto decisivo foi o Pastoreio Rotatínuo, que ajusta as alturas do pasto e o horário de ordenha para garantir maior consumo do alimento de menor custo: o próprio pasto. O manejo incluiu ainda a redução no uso de silagem e ração concentrada, permitindo melhor equilíbrio nutricional. O maior consumo de pasto bem manejado foi transformado em mais leite de baixo custo, explicou Ebert.

Rentabilidade em alta
A comparação com a soja, referência agrícola na região, mostrou a dimensão do resultado: a renda agrícola por hectare saltou de 37 para 79 sacas equivalentes de soja. O dado evidencia o potencial da pecuária leiteira a pasto, especialmente para pequenas propriedades que buscam eficiência e sustentabilidade.

Ebert destacou ainda que o aumento da rentabilidade não significou cortes em investimentos. Pelo contrário, os recursos foram aplicados de forma estratégica, priorizando áreas de maior retorno, como a produção de forragem.


Mais lucro e mais qualidade de vida
Além dos ganhos financeiros, Renato Machado ressaltou a melhoria na rotina da família. Com a redução do número de piquetes de mais de 30 para apenas seis no verão, o manejo tornou-se mais simples.

O produtor também comemorou os novos horários de ordenha, mais tardios pela manhã e mais cedo à tarde, que permitem dormir mais e encerrar a jornada de trabalho mais cedo.

Campanha de vacinação
O evento também abriu espaço para orientações sanitárias. Técnicos da Secretaria de Agricultura e da Inspetoria de Defesa Agropecuária de Júlio de Castilhos falaram sobre a campanha de vacinação contra brucelose, prevista para as próximas semanas. Foram destacados os procedimentos de testes, a emissão Guia de Trânsito Animal (GTA) e a importância da prevenção da zoonose, que pode afetar tanto rebanhos quanto pessoas.


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